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Um verbo é uma palavra com alguma das terminações I, AS, IS, OS, US ou U. O verbo indica a execução de uma ação ou a permanência num estado.

  • Um verbo finito é um verbo com alguma das terminações AS, IS, OS, US e U. Este verbo funciona como predicado da frase.
  • O infinitivo é um verbo com terminação -I.

Verbos finitos

Existem três modalidades de verbos finitos: indicativo [4} , volitivo(imperativo) [6} [2} e Condicional [2}.

Indicativo

O indicativo é um modo que mostra ações e estados reais e efetivos. No indicativo deve-se fazer a distinção entre três tempos: presente, pretérito e futuro.

Presente: terminação -AS

Verbo de presença, verbo com terminação -AS, indica que a ação ou estado é real, efetivo e que começou mas não acabou. isso quer dizer que a ação ou estado ocorre precisamente agora, ou que ocorre habitualmente, ou que o assunto é perene:

  • laboras = A ação "labori" (trabalhar) começou, mas ainda não terminou
  • estas = O estado "esti" (ser/estar) começou, mas ainda não terminou
  • Mi sidas sur seĝo. - Sento-me na cadeira.

    O ato de sentar é real e atual

  • Mi estas advokato. - Sou um advogado.

    A profissão é efetiva e atual.

  • Kvar kaj dek ok faras dudek du. - Quatro e dezoito somam vinte e dois.

    Isso vale sempre.

  • Nun mi legas. - Agora estou lendo.

    A leitura efetivamente acontece agora.

  • Hodiaŭ mi studas Esperanton. - Hoje estudo Esperanto.

    Eu talvez não estude no momento da conversação, mas comecei o estudo de hoje e ainda não acabei.

  • En la vintro oni hejtas la fornojn. - No inverno, aquecem-se os fornos.

    Isso acontece em todos os invernos, anteriormente e futuramente.

  • Mi loĝas ĉi tie tri jarojn. - Eu resido aqui há três anos.

    O meu residir dura já três anos e continua.

Às vezes, em contos usa-se o presente para o tempo do conto, para aquele tempo que o conto alcançou. Este estilo especial pode revigorar a narrativa:

  • Ne suspektante ion li iradis tra la arbaro. Subite eksonas pafo. - Não suspeitando de nada, ele continuou a ir pela floresta dentro. Subitamente soa um tiro.

    Primeiramente o narrador usa o pretérito para o passado, mas depois muda para o presente para que o ouvinte ou leitor se sinta como se estivesse presente e pudesse ouvir o tiro.

Pretérito: terminação -IS

O verbo pretérito, verbo com terminação -IS indica que a ação ou estado é real, mas ocorreu algures antes do momento de conversação. Normalmente, a ação ou estado já terminou:

  • laboris = o ato de "labori" ocorreu antes de agora
  • estis = o estado de "esti" ocorreu antes de agora
  • Mi sidis tiam sur seĝo. - Sentei-me na cadeira.

    O ato de sentar ocorreu, efetivamente, naquele tempo passado.

  • Mi estis knabo. - Eu era menino.

    A meninice era real no passado em questão.

  • Hieraŭ mi renkontis vian filon, kaj li ĝentile salutis min. - Ontem vi seu/teu filho, e ele gentilmente me cumprimentou.
  • Mi loĝis ĉi tie tri jarojn. - Eu residi aqui durante três anos.

    O meu residir durou três anos, mas não dura mais.

Se se quer mostrar cambiantes de um tempo passado, pode-se usar palavras suplementares diversas, mas também se pode usar formas verbais compostas. Quase sempre, porém, o simples pretérito é suficiente.

Por vezes, vemos formas -IS que mostram algo que se cumprirá no futuro. Isso é um erro. Use-se a forma -OS, ou, se se quiser ser muito preciso, estos ...inta. Não se diga, pois: Mi venos al vi, kiam mi finis mian taskon. Diga-se: Mi venos al vi, (post) kiam mi finos mian taskon. Ou: Mi venos al vi, kiam mi estos fininta mian taskon.

Futuro: desinência -OS

Um verbo no tempo futuro, com a terminação -OS, mostra que a ação ou estado ainda não se iniciou no momento da fala. Naturalmente o futuro sempre é incerto, mas o tempo futuro mostra que o falante pensa que a ação ocorrerá verdadeiramente:

  • laboros = a ação "labori" ainda não começou mas começará com certeza
  • estos = o estado "esti" ainda não se iniciou, mas depois de algum tempo ele se realizará
  • Mi sidos poste sur seĝo. - Eu posteriormente me sentarei na cadeira.

    O ato de sentar efetivamente ocorrerá depois.

  • Mi estos riĉulo. - Serei rico.

    O estado de riqueza é um fato do futuro.

  • Mi rakontos al vi historion. - Contar-lhe-ei uma história.

    A narração ainda não começou

  • Morgaŭ estos dimanĉo. - Amanhã será domingo.
  • Mi loĝos ĉi tie tri jarojn. - Morarei três anos aqui.

    Minha moradia ainda não começou, mas, quando começar, durará três anos.

Volitivo (imperativo): terminação -U

Um verbo volitivo, verbo com terminação -U, indica que a ação ou o estado não são reais, mas desejados, queridos, ordenados ou atingidos. O volitivo não mostra o tempo da ação, contudo, a ação, habitualmente, encontra-se no futuro:

  • laboru = A ação "labori" (trabalhar) é desejada, pedida, ordenada ou atingida
  • estu = o estado "esti" (ser/estar) é desejado, pedido, ordenado ou atingido
  • Sidu sur seĝo! - Senta-te na cadeira!

    Ordem ou pedido.

  • Estu viro! - Sê homem!

    Ordem ou pedido.

  • Ludoviko, donu al mi panon. - Ludoviko, dê-me pão.
  • Ni legu la unuan ĉapitron. - Leiamos o primeiro capitulo.

    Expressão de desejo

  • Ĉu ni iru al la dancejo? - Vamos à discoteca?

    pergunta sobre a vontade. O sentido efetivo desta frase contudo, é, muitas vezes, uma proposta gentil. Compare com os pedidos gentis posteriores.

No volitivo, abandona-se, com muita frequência, o sujeito, se é o pronome vi: Venu tuj! = Vi venu tuj! Mas este abandono apenas é possível na frase principal, não em subfrase.

Volitivo em frases introduzidas por ke

O volitivo é usado em ke-frazoj, se a frase principal de algum modo implica vontade, finalidade, opinião e similar

  • Mi volas, ke vi laboru. - Quero que você(s)trabalhe(m).

    O trabalho é querido.

  • Li petas, ke mi estu atenta. - Ele pede que eu esteja atento/a
  • Estas necese, ke ni nun unu fojon por ĉiam faru finon al tiu ĉi stato. - É necessário que, de uma vez por todas, se ponha fim a este estado de coisas.

Pedido de gentileza.

Para exprimir com mais gentileza a sua vontade, use a palavra bonvolu mais o verbo no infinitivo. Pode-se também adicionar outra expressão gentil como mi petas, ou similares:

  • Bonvolu sidi ĉi tie! = Sidu ĉi tie, mi petas! - Por favor sente-se aqui! = Sente-se aqui, peço!
  • Bonvolu fermi tiun ĉi fenestron! = Fermu la fenestron, mi petas! - Por favor, feche a janela! = Feche a janela, peço!

Nunca use uma forma com duplo -U. Não diga: Bonvolu sidu....

Nota: Alguns usam, em vez disso, a forma bonvole ...U, como em: Bonvole sidu ĉi tie! Esta é uma alternativa suficientemente lógica, mas não é nem comum nem tradicional.

Condicional: terminação -US

O verbo condicional, verbo com terminação -US, é usado para ações e estados não reais, idealizados ou fantasiosos. A forma -US indica o tempo da ação:

  • laborus = a ação "labori" é imaginada
  • estus = o estado "esti" é imaginado
  • Se mi estus riĉa, mi ne laborus. - Se eu fosse rico/a, não trabalharia.

    Trata-se de estado e ação não reais, idealizados.

  • Se mi estus sana, mi estus feliĉa. - Se eu fosse saudável, seria feliz.
  • Se mi nur loĝus en palaco! - Se eu vivesse num palácio!

    A habitação é desejada, mas eu sei que isso não é possível, que é uma mera fantasia.

  • Mi ne farus la eraron, se li antaŭe dirus al mi la veron. - Eu não cometeria o erro, se antes ele me dissesse a verdade.

    E farus e dirus aqui contam acerca de ações imaginadas no passado. Se se quiser pode-se indicar o passado por estus dirinta (tivesse dito).

Também se usa o condicional para, de um modo mais suave, fazer um pedido ou apresentar um desejo:

  • Mi dezirus aĉeti kelkajn aferojn. - Eu desejaria comprar algumas coisas.

    Um desejo real, mas apresentado de modo cortês.

  • Ĉu mi povus havi la skribilon? - Eu poderia ficar com a caneta?

    Pedido muito gentil e dócil

  • Ĉu vi bonvolus paroli iom pli silente? - Far-me-ia o favor de falar um pouco mais baixo?

    Pedido muito gentil e dócil

O condicional é, com frequência, usado com a partícula se que indica condição, mas se não implica necessariamente um condicional. Tudo depende do sentido. Se se trata claramente de imaginação use-se -US, mas se a ação ou estado é real, use-se indicativo:

  • Se li estus ĉi tie, li certe mirus pri la malordo. - Se ele estivesse aqui, certamente admirar-se-ia da desordem.

    Sabe-se que ele não está aqui, mas se estivesse ele também se admiraria.

  • Se li estas ĉi tie, li certe miras pri la malordo. - Se ele está aqui, ele certamente se admira da desordem.

    Não se sabe se ele está aqui, mas pode estar. Se assim é efetivamente, ele também efetivamente se admira.

Em algumas línguas, a forma verbal condicional é também usada para algo que algures no tempo foi previsto. O esperanto exprime essa ideia por meio de uma forma verbal composta: estis ...onta ou estis ...ota.

Infinitivo

Os verbos com a terminação -I apenas referem ação ou estado. Não identificam se se trata de coisa real, desejada ou imaginada. Também não indicam tempo. O infinitivo é tradicionalmente entendido como a forma básica do verbo. Por isso os verbos aparecem, nos dicionários, na forma infinitiva.

O infinitivo é frequentemente semelhante a um substantivo de ação: labori = a ideia de produção de trabalho; esti = a ideia de estado. Porém há diferenças.

O infinitivo participa em frase em funções que, normalmente, parte de frase substantiva desempenha: sujeito, objeto, complemento circunstancial com pri, etc.: Morrer pela pátria é agradável. Os meninos maus gostam de atormentar animais. Quem tem coragem de montar um leão?

Por vezes, o infinitivo pode ser precedido de preposição: Unu fajrero estas sufiĉa, por eksplodigi pulvon. Mas o infinitivo nunca pode ter terminação -N ou -J.

O infinitivo pode ter objeto, complemento circunstancial, etc., bem como verbo predicado. Contudo o infinitivo é um verbo:

  • manĝi rapide - comer rapidamente

    O infinitivo tem um complemento circunstancial adverbial de modo.

  • poste manĝi - comer posteriormente

    O infinitivo tem um complemento circunstancial adverbial de tempo

  • manĝi pomon - comer uma maçã

    O infinitivo tem objeto.

O infinitivo, contudo, não pode ter um sujeito (gramatical) próprio. Não é possível dizer: mi manĝi, la knabino esti ou algo semelhante. Muitas vezes, porém, há um sujeito subentendido: sujeito de sentido.

Muitos infinitivos (mas, não todos) são como que frases encurtadas introduzidas por ke:

  • Mi ĝojas vin vidi! = Mi ĝojas, ke mi vin vidas! - Alegro-me de te ver! = Alegro-me que te veja!
  • Mi vidis la knabon kuri. = Mi vidis, ke la knabo kuras. - Vejo o rapaz a correr. = Vejo que o rapaz corre.

Infinitivo como sujeito

O infinitivo pode funcionar como sujeito de uma frase, quando se quer dizer de que tipo é a ação do infinitivo. Mais frequentemente, o predicado é uma forma de esti:

  • Resti kun leono estas danĝere. - Ficar com um leão é perigoso

    O que é perigoso é o ato de resti kun leono. Danĝere é predicativo de resti.

  • Kritiki estas facile, fari [estas] malfacile. - Criticar é fácil, fazer (é) difícil.

    O que é fácil é o ato de kritiki. O que é difícil é o ato de fari.

Infinitivo junto com um verbo predicativo

O infinitivo geralmente é usado junto com um verbo predicativo do qual ele depende:

  • Mi povas kuri. - Posso correr.
  • Li volis veni. - Ele quis vir.
  • Ili devis cedi. - Ele teve que ceder.
  • En varmega tago mi amas promeni en arbaro....amas promenon... - Num dia muito quente eu amo passear num bosque. ≈ ...amo um passeio...
  • Ŝi komencis senti doloron kaj rigidiĝon.Ŝi komencis sentadon de doloro... - Ela começou a sentir uma dor e um enrijecimento. ≈ Ela começou a ter um sentimento de dor...
  • Li ŝajnis subite kompreni. = Li ŝajnis subite komprenanta... - Ele parecia subitamente compreender. = Ele parecia subitamente estar compreendendo...

    O infinitivo é o predicativo do sujeito li.

  • Nun ili ĉiuj iris dormi. = ...iris por dormi. - Agora todos eles foram dormir. = ...foram para dormir.

    Quando o infinitivo tem a função de complemento circunstancial, introduzido pela preposição por, esta, normalmente, é abandonada.

  • Ŝi tuj kuris bati ŝin. = ...kuris por bati ŝin. - Ela correu imediatamente a bater-lhe. = ...correu para bater nela.
  • Kaj vi ne hontas fanfaroni per ĉi tio?...hontas pri fanfaronado... - E tu não te envergonhas de te vangloriar deste modo? ≈ ...envergonhas acerca da tua fanfarronice...

    Quando o infinitivo tem a função de complemento circunstancial, introduzido pela proposição pri, esta é sempre abandonada.

  • Feliĉe mi sukcesis ekbruligi la fajron....sukcesis pri ekbruligado de la fajro. - Felizmente eu consegui acender o fogo. ≈ ...consegui o acendimento do fogo.

Nos exemplos anteriores, o sujeito do infinitivo é o mesmo sujeito do verbo predicado. Mas, noutras situações, o infinitivo pode ter um sujeito diferente daquele que o predicado tem.

Alguns predicados indicam uma ação que pretende influenciar a ação de outra pessoa (ou coisa). Tais verbos são, por ex.: (mal)permesi, ordoni, doni, destini, peti, instrui, instrukcii, devigi, lasi, inviti, voki, sendi, (mal)konsili, komandi, konvinki, persvadi, memorigi kaj (mal)rekomendi. A pessoa (ou coisa) influenciada aparece nestes verbos como complemento circunstancial, com a preposição al ou com a terminação -N. Quando o infinitivo aparece com estes verbos, o sujeito do infinitivo é a pessoa (ou coisa) influenciada:

  • Mi malpermesis al li fari tion. - Eu o proibi fazer isso.

    O sujeito de fazer é ele .

  • Ili ordonis al mi veni antaŭ la vesperiĝo. - Ele mandou-me vir antes do entardecer.

    O sujeito de vir é eu.

  • La reĝo Aĥaŝveroŝ ordonis venigi al li la reĝinon Vaŝti. - O rei Aĥaŝveroŝ deu ordem de fazer vir a ele a rainha Vaŝti (...que viesse até ele...).

    O sujeito de venigi é aqueles a quem o rei deu ordem. Este sujeito está subentendido, mas poderia aparecer como complemento circunstancial, introduzido pela preposição al: ...ordonis al iuj venigi...

  • Mi petas vin trinki. = Mi petas vin, ke vi trinku. - Peço-te para beber = Peço-te que bebas

O verbo promesi não pertence a este grupo: Mi promesis al li veni al la festo. = Mi promesis al li, ke mi venos al la festo. O sujeito de veni é o sujeito do verbo predicado.

Quando o predicado é uma forma de vidi, aŭdi, senti, imagi ou similar, pode aparecer um infinitivo como predicativo do objeto do verbo predicado. Neste caso, este objeto é o sujeito do infinitivo:

  • Mi vidis la knabon kuri. - Vi o garoto correr.

    Kuri é predicativo de la knabon, o objeto de vidis. O sujeito de kuri é la knabo. = Mi vidis la knabon kuranta. Mi vidis, ke la knabo kuras.

  • Mi hodiaŭ matene vidis danci miajn knabinojn. - Hoje, de manhã, vi dançar as minhas meninas .

    As meninas dançaram.

O infinitivo como suplemento

O infinitivo pode ser suplemento de substantivo ou adjetivo (de ação, mais correntemente)

  • Forte min doloras la nepovado helpi vin sur via malfacila vojo. = Forte min doloras, ke mi ne povas helpi vin... - Aflige-me fortemente a impotência de te ajudar no teu difícil caminho. = Aflige-me fortemente que não te possa ajudar...
  • Mi ricevas grandan deziron edziĝi. = Mi ekdeziregas edziĝi. - Eu tenho um grande desejo de casar. = Eu desejo muito casar
  • Lia propono elekti novan prezidanton ne estis akceptita. - A proposta dele de eleger um novo presidente não foi aceite.
  • Vi havis nenian rajton paroli al mi en tia maniero. - Tu não tens direito nenhum de me falar desse modo.
  • Ŝi ricevis la taskon trovi trinkaĵon. = ...la taskon, ke ŝi trovu trinkaĵon. - Ela recebeu a incumbência de encontrar bebida. = ...que ela encontre bebida.
  • Mi estas kapabla instrui nur la francan lingvon. ...kapablas instrui... - Eu apenas sou capaz de ensinar a língua francesa. ...me capacito instruir...
  • Mi estas preta iri por vi piede al la fino de la mondo. - Eu estou pronto/a ir a pé até ao fim do mundo por ti.

Infinitivo com preposições

Normalmente, não se indica a função sintática do infinitivo, deixa-se isso para o contexto. Contudo, às vezes, é necessário indicar essa função, por meio de uma preposição. De todas as preposições tradicionais, apenas por, anstataŭ e krom são aceitáveis antes do infinitivo. Sen, no entanto, torna-se cada vez mais frequente antes do infinitivo.

  • Ni ĉiuj kunvenis, por priparoli tre gravan aferon. - Reunimo-nos todos para falar sobre um assunto muito importante.

    Usa-se por + infinitivo sobretudo quando o infinitivo tem o mesmo sujeito do predicado. Se os dois sujeitos são diferentes, usa-se, mais frequentemente, um infinitivo sem preposição: 3} = ...por ke mi trinku kafon. Após verbos de movimento como iri e kuri, é preferível o infinitivo sem por, até mesmo quando os dois sujeitos são idênticos: Mi iros ripozi. = Mi iros por ripozi.

  • Ĉi tie ne ekzistas akvo por trinki.Ĉi tie ne ekzistas trinkebla/trinkota akvo. - Aqui não há água para beber. ≈ Aqui não há água potável (possível de beber/ para ser bebida)

    Se o infinitivo é suplemento de um substantivo, usa-se por independentemente do sujeito.

  • En la domo estas jam nenio por manĝi. - Na casa não há nada para comer.
  • La aliaj anasoj preferis naĝadi en la kanaloj, anstataŭ viziti ŝin. - Os outros patos preferiam nadar nos canais, em vez de a visitar.
  • Vi nenion povas fari krom kunbati viajn dentojn. - Tu nada podes fazer para além de bater os dentes.
  • Ne ekzistas alia bono por la homo, krom manĝi kaj trinki. - Não há outro bem para o humano para além de comer e beber.
  • Tion mi ne povus fari sen detrui mian reputacion. = ...sen detruo de mia reputacio / ... ne detruante mian reputacion. - Isso eu não posso fazer sem destruir a minha reputação. = ...sem destruição da minha reputação/ ... não destruindo a minha reputação.
  • Sen manĝi kaj trinki oni ne povas vivi. = Sen manĝado kaj trinkado... - Não se pode viver sem comer nem beber. = Sem comida e bebida...

Entre antaŭ e um infinitivo, coloca-se a partícula comparativa ol:

  • Oni devas iri longan distancon, antaŭ ol veni al la rivero. = ...antaŭ ol oni venas al la rivero. - Deve-se percorrer uma longa distância, antes de chegar ao rio. = ...antes (de) que se chegue ao rio.
  • Antaŭ ol foriri li ŝlosis la pordon. = Antaŭ ol li foriris... - Antes de ir embora, ele fechou a porta. = Antes de ele ir embora...

O uso de outras preposições antes do infinitivo não é ilógico, mas pode criar incompreensões pela estranheza.

Infinitivo como predicado

Por vezes, vemos frases ou subfrases em que o único verbo é um infinitivo. Nesse caso, no significado, o infinitivo é igual ao volitivo ou a uma expressão com povi:

  • Grandega hundo metis sur min sian antaŭan piedegon, kaj mi de teruro ne sciis, kion fari. = ...kion mi faru. - Um cão enorme colocou a sua enorme pata dianteira sobre mim e eu aterrorizado não sabia que fazer = ...o que eu podia fazer.
  • Mi efektive jam ne scias, kiel ĝin klarigi. = ...kiel mi ĝin klarigu. - Efetivamente, já não sei como esclarecer isso = ... como esclareça isso
  • Ili ne havas, kion manĝi, ili ne havas, per kio hejti la fornon. = Ili ne havas (ion), kion ili/oni povus manĝi, ili ne havas (ion), per kio ili povus hejti la fornon. - Eles não têm que comer, não têm com que aquecer o forno. = Eles não têm (nada) que possam comer, não têm (nada) com que possam aquecer o forno.
  • Mi havis tiam apud mia domo foson, kiu, se preni la plej malmulte, havis almenaŭ ok futojn da larĝeco. = ...se oni prenu la plej malmulte... - Eu tinha, então, junto da minha casa, um fosso que, se o tomar no mínimo, tinha, pelo menos, oito pés de largura. = ...se o tomamos no mínimo...
  • Ĉu esti aŭ ne esti, — tiel staras nun la demando. = Ĉu mi estu aŭ ne estu... - Ser ou não ser - eis a questão. = Que eu seja ou não seja...
  • Kion fari? = Kion oni/mi/vi faru? - Que fazer? = O que se/eu/tu deve/devo/deves fazer?

Por vezes, vemos infinitivos a serem usados em substituição de normais volitivos. Então a ordem recebe um cambiante neutral, nem gentil, nem descortês, mas de simples constatação. O sujeito do significado do infinitivo é o totalmente genérico oni (-se, a gente). Este uso é raro: Nur prunti, sed ne restigi al si! = Oni povas nur prunti... (Apenas emprestar mas não reter = Pode-se apenas emprestar, mas não reter). Em vez de ordenar, na forma imperativa, o falante manifesta a sua vontade como simples constatação de um facto indiscutível. Por landoj ne menciitaj en la listo sin turni al LF-KOOP, Svislando. (Para os países não mencionados na lista dirigir-se à LF-KOOP, Suíça). Simples constatação de como se deve agir para encomendar algo à LF-KOOP.

Infinitivos e substantivos de ação

Os infinitivos e os substantivos de ação são semelhantes, mas há diferenças. O infinitivo tem sempre um sujeito de sentido subentendido, o qual muitas vezes é idêntico ao sujeito do predicado. Um substantivo de ação é contudo independente do sujeito. O substantivo ativo nomeia a ação sem considerar o eventual agente. o significado de uma frase pode portanto mudar se se muda de infinitivo para substantivo ativo:

  • Malbonaj infanoj amas turmenti bestojn. = Ili amas, kiam ili mem turmentas bestojn. - As crianças más gostam de atormentar animais. = Elas gostam, quando elas mesmas atormentam animais.
  • Malbonaj infanoj amas turmentadon de bestoj. = Ili amas turmentadon de bestoj, ĉu ili mem turmentas, ĉu iu alia turmentas. - As crianças más gostam da tortura de animais. = Elas gostam da tortura aos animais, quer elas mesmas atormentem, quer outros o façam.
  • Mi promesis amuziĝi. = Mi promesis, ke ĝuste mi amuziĝos. - Eu prometi divertir-me. = Eu prometi que eu, justamente, me divertirei.
  • Mi promesis amuziĝon. = Mi promesis, ke okazos amuziĝo. - Eu prometi divertimento. = Eu prometi, que ocorrerá divertimento.

    Não tem importância quem se divertirá.

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